Sabe-se que “em todo o mundo o
cancro mata mais não só de que a sida, mas do que a sida, a tuberculose e o
paludismo juntos”2. Urge mudarmos alguns dos nossos estilos de vida
e os hábitos alimentares são um desses aspectos a ter em consideração. O que
comemos, como comemos, quando comemos, com o que comemos e como foi preparado o
alimento fazem toda a diferença. Contudo, gostaria de reforçar a ideia que não
existe nenhum género alimentar “milagroso” que, quando consumido, possa evitar
o aparecimento de cancro, bem como outro que, quando suprimido da nossa
alimentação, possa ter o mesmo efeito, até porque nem todos digerimos os
alimentos da mesma maneira. O facto de não termos todos o mesmo metabolismo
explica que, com o mesmo regime, uns emagreçam e outros não. Há que
personalizar as opções alimentares caso a caso. Não obstante, existem
orientações, com fundamento científico, que são um bom ponto de partida
para pôr em prática numa dieta anticancro:
- Evitar o excesso de espadarte,
atum vermelho, solha e salmão, pela grande quantidade de metais pesados e
tóxicos;
- Evitar o excesso de bebidas
alcoólicas (em particular as espirituosas). Já em pequena quantidade (2 a 3
copos por dia) de vinho parecem ter efeito protector pela riqueza em
resveratrol;
- O excesso de peso não é
benéfico para a prevenção do aparecimento de cancro;
- Os grelhados e cozinhados na
wok não devem ser feitos de forma diária, muito menos a temperaturas muito
elevadas;
- Reforçar a cozinha com ervas
aromáticas como o tomilho, os orégãos, ricos em óleos essenciais da família dos
terpenos, que agem sobre uma grande variedade de tumores, reduzindo a
propagação das células cancerosas ou provocando a sua morte. Especiarias
como a curcuma, pela sua riqueza em antioxidantes e propriedades anti-inflamatórias,
desempenham ainda um papel antiproliferativo, antiangiogénico e antimetastático;
- O consumo de alimentos ricos em
fibras alimentares deve ser presença obrigatória em todas as refeições, uma vez
que estes nutrientes aceleram o trânsito intestinal e diminuem o tempo de
contacto entre a mucosa intestinal e produtos potencialmente cancerígenos
contidos na alimentação.
Não menos importante, não podia
deixar de abordar duas outras recomendações:
- Deixar de fumar é uma medida
fundamental. Em França só o tabaco é responsável por si só em 30% dos cancros;
- Praticar exercício físico
regular, pelo contributo em aumentar o gasto energético, permite um melhor
controlo do peso, entre outras vantagens.
A criação de hábitos alimentares saudáveis ao longo da
vida pode ser promotor de uma vida com maior qualidade e mais prolongada.
Efectivamente, hábitos alimentares saudáveis em conjunto com outros factores
não menos importantes, como a cessação tabágica, contribuem muito para a
prevenção não só de doenças cancerígenas, como de outras doenças, assim como
contribuem para uma melhor recuperação quando estamos doentes. Por fim, importa
perceber que, para esse efeito protector se verificar, há que ter cuidados, dia
após dia e ano após ano, ao longo de toda a nossa vida.
1- Servan-Schreiber, D. “Anti-cancro”. 2008.
2- Khayat, D.
“O verdadeiro regime anti-cancro”. 2010.
Nota - imagem retirada daqui.
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