"O meu nome é Maria e venho desta forma dar o meu testemunho
que a terapêutica ortomolecular e modulação alimentar podem surtir efeito em
doenças crónicas e autoimunes.
Aos meus 27 anos de idade foi-me diagnosticado um tipo raro
de reumatismo. Na altura, não soube muito bem o que fazer, alarmada com o facto
de ter uma doença reumática para o resto da minha vida. As dores eram o foco de
atenção. Como tal, segui todas as recomendações da minha reumatologista e de
facto melhorei, mas não fiquei conforme esperava, isto é, ficar bem.
Em plena “flor da idade” sentia-me infeliz, dependente em
algumas tarefas e assustada com o futuro. Comecei a questionar-me sobre o que
tomava, suas interacções e consequências e como estaria passados 20 anos. Já
tinha dificuldades no simples caminhar, a comer, a escrever no computador ou
simplesmente a abotoar uns botões da blusa. Decidi começar a pesquisar e
descobri que havia várias terapias convencionais e não convencionais que
alegavam poder ajudar-me. Fiz fisioterapia durante largos meses, o que me
melhorou uma das minhas preocupações – o andar. Mas onde tive progressos
incríveis foi quando decidi experimentar a terapêutica ortomolecular.
Agradava-me a ideia de não tratar apenas os sintomas, mas sim de tentar
melhorar a causa do meu problema, que no meu caso é e será sempre crónica (por
ser uma doença auto-imune). Achava que se havia a possibilidade de complementar
a abordagem dada pela reumatologia com outras áreas, tanto melhor. Tinha que
experimentar. E assim foi. Pesquisei em fontes fidedignas e descobri a
terapêutica ortomolecular e a alimentação funcional. Como tal, decidi seguir as
indicações da Dra. Joana Pinheiro.
Tive uma fase de adaptação, uma vez que muitas das
recomendações, no meu caso em particular, eram novidade: desde a forma de
cozinhar, aos alimentos recomendados. Custou-me particularmente abdicar
inicialmente de alguns alimentos preferidos, mas estava determinada a
experimentar se poderia beneficiar dessa abordagem. A Dra. Joana Pinheiro
esteve sempre presente, apoiou-me, orientou-me e ajudou-me a contornar as
minhas dificuldades em aplicar na prática o que me pedia. Fui bem esclarecida e
sabia que a fase de adaptação seria rigorosa, mas por outro lado, à medida que
o organismo estivesse melhor, poderia começar a flexibilizar as regras. Com
muita força de vontade segui todas as indicações.
Numa fase inicial, como era tudo tão novo e estava tão
focada em fazer as recomendações direitinhas, nem me apercebi que me queixava
menos de dores e que estava a começar a fazer pequenas coisas naturalmente com
mais facilidade, até as pessoas que me são mais próximas me chamarem à atenção
para isso. Não senti melhorias logo nos primeiros dias, nem na primeira semana,
mas sabia disso, até porque esta abordagem não utiliza fármacos. Para isso,
tinha a medicina convencional, apesar de não me resolver o problema a 100%. Só
próximo do final do primeiro mês de mudança de estilo de vida é que comecei a
sentir benefícios, o que me fez ficar mais motivada. Entre as diversas
recomendações, a modulação alimentar foi ficando mais branda, permitindo-me
fazer uma ou outra estragação, fundamental para os momentos sociais. As
melhorias notavam-se cada vez mais. Consultas, só quando eram necessárias. O
apoio da minha nutricionista, a Dra. Joana Pinheiro, foi fundamental e o seu
blog e facebook foram, e continuam a ser, muito úteis, em particular na fase
inicial. A nível social, os primeiros tempos foram complicados. Raros são os
cafés, pastelarias, salões de chá que oferecem uma gama de alimentos que
pudesse comer, nomeadamente sem glúten. Por outro lado, nos encontros
familiares, não só as refeições eram impróprias à minha dieta como ainda
ocorriam os constantes convites para experimentar os diferentes pratos
“proibidos”. Confesso que foram tempos difíceis e custosos. No entanto, à custa
de muita força de vontade e apoio familiar, o desafio foi superado!
Neste momento já passou mais de um ano que comecei este
acompanhamento. Apesar de a minha reumatologista desconhecer da possibilidade
de trabalhar em conjunto com uma nutricionista ortomolecular, sempre que
precisam, trocam ideias de forma a eu ser beneficiada, o que me faz sentir
ainda mais segura na opção que fiz de procurar fazer mais alguma coisa por mim.
Estou apenas com a medicação farmacológica em SOS, as minhas dores e limitações
practicamente não existem, as minhas análises sanguíneas revelam essa melhoria
e já não tenho o problema de absentismo constante no ginásio, limitações
profissionais e pessoais. Cheguei inclusive a aumentar o tempo de “estragação”
(comer o que não devo), dado não sentir-me ficar pior, mas ao final de algumas
semanas percebi ainda melhor a verdadeira importância de cumprir tudo o que me
foi recomendado, pois as dores tinham voltado. Se quero andar bem, tenho que
seguir todas as valiosas orientações. Faço exercício físico regularmente, mas
não tanto quanto gostaria, pois profissionalmente é difícil conciliar, tomo a
suplementação necessária, sigo as minhas recomendações alimentares que me foram
indicadas de forma personalizada e, em caso de emergência, tomo a medicação da
reumatologista. Muitas vezes, só me lembro que tenho reumatismo de manhã, pois ao
acordar continuo com uma ligeira rigidez matinal, o que até vejo de forma
positiva para me lembrar que a doença está lá e sempre estará, mas que pode
estar practicamente silenciosa. Sou feliz.
Recomendo a todos que ainda não experimentaram esta
abordagem, que o façam. Penso que só podemos tirar partido da nossa vida se a
vivermos com a melhor qualidade possível e que, sem experimentarmos outras
abordagens complementares, não podemos viver condenados a uma sentença. Procurem
profissionais especializados e credenciados, peçam para ver a sua certificação
se desconfiam, obtenham referências de outrem e não se deixam levar por pessoas
que se aproveitam pelo facto de se estar mais frágil e que prometem curas
milagrosas. Se alguém me tivesse recomendado que existiam outras alternativas,
teria sido bem mais fácil suportar a doença durante a sua fase inicial, daí
achar importante deixar o meu testemunho. Procure profissionais que o possam
ajudar, cumpra as recomendações de quem dedica a sua vida a estudar sobre como
ajudar o outrem e cuide de si, para que tenha uma vida com uma qualidade melhor
do que imaginava e muito mais feliz."
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